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Pais precisam saber ouvir e acompanhar o desenvolvimento do adolescente
Região
Publicado em 05/06/2017

Especialista em adolescência destaca que saber ouvir é o caminho para resolver conflitos

 

A fase da adolescência é apontada como a mais difícil de adaptação, tanto para o adolescente entender suas mudanças física e psicológica, quanto para os pais compreenderam os seus filhos. O pediatra especialista em adolescência pela Universidade de São Paulo (USP), Dr. Luciano Rodrigues de Assis, cooperado da Unimed Catanduva, esclarece dúvidas sobre assunto.

A adolescência é uma fase que apresenta mudanças física e psicológica, ocorre dos 10 até os 19 anos e 11 meses e, nesse espaço de tempo, o indivíduo passa por essas transformações.

 

O especialista explicou que durante a transição da adolescência é normal o próprio adolescente se sentir confuso, em alguns casos se retrair do ambiente que convive, ou ficar muito agressivo. “Enquanto os meninos estão brincando de luta, as meninas já estão passando batom e olhando assustadas ao ver a brincadeira de luta dos meninos. Essa passagem é difícil, o adolescente sai da infância, e começa a ver que seus pais têm defeitos e, apesar do defeito, ele os ama. Quando surge a agressividade é uma forma do adolescente expressar que ele não está sabendo falar, ou seja, lidar com a situação”, disse.

 

A recomendação do pediatra aos pais é para que comecem a olhar com mais atenção para os filhos e consequentemente possa identificar suas reais necessidades e dificuldades. Ao mesmo tempo, tendo cautela em não os sobrecarregar com atividades rotineiras. “O adolescente modifica as prioridades, e não é igual ao adulto, por isso os pais precisam ter um olhar que identifique e que coloque limites, sem criticar”.

Dr. Luciano ainda rebateu a informação de que não basta escutar os filhos, é preciso saber ouvir. “Temos que ouvir o que ele está vendo e não está gostando. Tenho espinha? Meu peito está crescendo... O que gera incerteza. E ouvir essa incerteza”, ressaltou.

 

O pediatra ressaltou que o saber ouvir é mais importante do que se imagina, afirmando que há pacientes apresentando sintomas de doenças como síndrome do pânico e depressão com apenas 10 anos.

 

Aspecto físico

Embora não seja tão habitual, o acompanhamento pediátrico durante o desenvolvimento do adolescente é fundamental e deve ser prioridade. “Quando você chega na puberdade, é importante fazer um acompanhamento de crescimento de três em três meses. Há um gráfico que você analisa o crescimento. Há adolescentes que crescem de seis centímetros em um ano. O ideal, é que o adolescente seja levado ao pediatra quando tiver pelos, crescimento de mama, ou, outra patologia”, explicou.

 

De acordo com o médico, o menino pode começar o estirão (crescimento) até os 13/14 anos, que no caso é a puberdade, depois disso, se não ocorrer, é necessário fazer uma pesquisa hormonal. E a menina é até os 15 anos, se não aparecer nenhum caractere sexual, como no caso, peito, tem que pesquisar. “É difícil ter esses casos e o que tem acontecido mais, por exemplo, é a menina menstruar com baixa faixa etária, meninas brasileiras podem menstruar com nove anos e meio”, completou.

 

Para saber se há alguma anormalidade no desenvolvimento da adolescente é feito um raio-x com a idade óssea para ver se é compatível com a idade cronológica da mesma. A grande questão é que quando tem a menstruação, que desacelera o crescimento. “A menina que menstruou com 10 anos, naquele momento ela é a mais alta. Ao menstruar, a velocidade vai diminuir, e as amigas vão crescer mais. E a estatura vai ficar comprometida”, explicou.

  

Comunicação Unimed Catanduva

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